Antes de reflectirmos sobre a problemática, irei expor o conceito de “absurdo”, e a partir daí irei criar uma definição de “impossível”, fio condutor da teoria.
Por absurdo entendemos tudo o que é contrário à razão, que foge à norma dos nossos conceitos da realidade – o que não faz sentido! Podemos ainda ter crenças ou argumentos absurdos que não se expressam em preposições absurdas, ou ter argumentos falaciosos que se expressam em preposições absurdas.
Mas o que é impossível? Depois de alguma reflexão, dividi o “impossível” em 3:
· Impossível Improvável – É quando a acção ou o acontecimento nos parece improvável ou distante, fazendo-nos crer que é impossível. Exemplo, É impossível eu ser uma famosa estrela de cinema daqui a 1 mês. Assim sendo, não será, de todo, absurdo termos esperança em tal acontecimento, já que é um acontecimento improvável mas não impossível;
· Impossível na Crença – É impossível estar a ler este texto e vir do espaço um dinossauro que irá destruir a nossa casa, e começar a falar para nós? Não é isso absurdo? E não é isso impossível? Logo, não é absurdo termos esperança em tal acontecimento impossível? Eu acredito que não! Vejamos que, antes de Descartes chegar à sua conclusão – que eu acredito que o levou a um Reductium ab absurdum, isto é, as sua preposições levam ao absurdo das suas conclusões – ele afirma que poderemos estar a viver um sonho, ou poderemos estar a ser controlados por um génio maligno. Ora, se isso é verdade, então não sabemos até que ponto o absurdo é absurdo! E nesse caso, então também não é absurdo termos esperança em tal acontecimento. A dificuldade em termos uma crença a que quase chamemos de “conhecimento” do mundo ser real – que, diga-se de passagem, já aqui havia sido, anteriormente, discutido – leva-nos à conclusão que não será assim tão absurdo termos esperança no dinossauro falante;
· Impossível Contraditório – E chegamos ao último impossível. Veremos o seguinte pensamento: A é mais alto que B em momento X e local Y; B é mais alto que A em momento X e local Y. Logo, A é mais alto que B no contexto R, e nesse mesmo contexto, B é mais alto que A. Evidentemente que isto é impossível. Contudo, mesmo assim, não acredito que seja absurdo termos esperança em tal acontecimento. O facto de só conhecermos – ou acharmos que conhecemos – um só mundo, uma só realidade, carece-nos de cognições de outras realidades onde antagonismos e contrariedades sejam possíveis. Podemos ainda falar de como é impossível – e absurdo – que um quadrado seja redondo, ou que um triângulo tenha 3 lados, o que, para além talvez ser possível numa outra realidade, acredito que se trate de uma situação em que as palavras carecem de significação.
Concluindo, segundo a minha perspectiva, devido à pequena hipótese do mundo não ser real, (pequena devido à anterior reflexão), não é tão absurdo quanto isso termos esperança em acontecimentos que consideramos impossíveis; isto porque o impossível – pelo menos em termos futuros – tem uma probabilidade em não existir.
Motaz