quinta-feira, 13 de maio de 2010

Será absurdo termos esperança no impossível?

Antes de reflectirmos sobre a problemática, irei expor o conceito de “absurdo”, e a partir daí irei criar uma definição de “impossível”, fio condutor da teoria.
Por absurdo entendemos tudo o que é contrário à razão, que foge à norma dos nossos conceitos da realidade – o que não faz sentido! Podemos ainda ter crenças ou argumentos absurdos que não se expressam em preposições absurdas, ou ter argumentos falaciosos que se expressam em preposições absurdas.
Mas o que é impossível? Depois de alguma reflexão, dividi o “impossível” em 3:
· Impossível Improvável – É quando a acção ou o acontecimento nos parece improvável ou distante, fazendo-nos crer que é impossível. Exemplo, É impossível eu ser uma famosa estrela de cinema daqui a 1 mês. Assim sendo, não será, de todo, absurdo termos esperança em tal acontecimento, já que é um acontecimento improvável mas não impossível;
· Impossível na Crença – É impossível estar a ler este texto e vir do espaço um dinossauro que irá destruir a nossa casa, e começar a falar para nós? Não é isso absurdo? E não é isso impossível? Logo, não é absurdo termos esperança em tal acontecimento impossível? Eu acredito que não! Vejamos que, antes de Descartes chegar à sua conclusão – que eu acredito que o levou a um Reductium ab absurdum, isto é, as sua preposições levam ao absurdo das suas conclusões – ele afirma que poderemos estar a viver um sonho, ou poderemos estar a ser controlados por um génio maligno. Ora, se isso é verdade, então não sabemos até que ponto o absurdo é absurdo! E nesse caso, então também não é absurdo termos esperança em tal acontecimento. A dificuldade em termos uma crença a que quase chamemos de “conhecimento” do mundo ser real – que, diga-se de passagem, já aqui havia sido, anteriormente, discutido – leva-nos à conclusão que não será assim tão absurdo termos esperança no dinossauro falante;
· Impossível Contraditório – E chegamos ao último impossível. Veremos o seguinte pensamento: A é mais alto que B em momento X e local Y; B é mais alto que A em momento X e local Y. Logo, A é mais alto que B no contexto R, e nesse mesmo contexto, B é mais alto que A. Evidentemente que isto é impossível. Contudo, mesmo assim, não acredito que seja absurdo termos esperança em tal acontecimento. O facto de só conhecermos – ou acharmos que conhecemos – um só mundo, uma só realidade, carece-nos de cognições de outras realidades onde antagonismos e contrariedades sejam possíveis. Podemos ainda falar de como é impossível – e absurdo – que um quadrado seja redondo, ou que um triângulo tenha 3 lados, o que, para além talvez ser possível numa outra realidade, acredito que se trate de uma situação em que as palavras carecem de significação.
Concluindo, segundo a minha perspectiva, devido à pequena hipótese do mundo não ser real, (pequena devido à anterior reflexão), não é tão absurdo quanto isso termos esperança em acontecimentos que consideramos impossíveis; isto porque o impossível – pelo menos em termos futuros – tem uma probabilidade em não existir.

Motaz

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Não sou grande fã de poesia mas cá vai...

Quando eu morrer o mundo continuará o mesmo,
A doçura das tardes continuará a envolver as coisas todas.
Como as envolve agora neste instante.
O vento fresco dobrará as árvores esguias
E levantará as nuvens de poesia nas estradas...

Quando eu morrer as águas claras dos rios rolarão ainda,
Rolarão sempre, alvas de espuma
Quando eu morrer as estrelas não cessarão de acender-se no lindo céu noturno,
E nos vergéis onde os pássaros cantam, as frutas continuarão a ser doces e boas.

Quando eu morrer os homens continuarão sempre os mesmos.
E hão de esquecer-se do meu caminho silencioso entre eles.
Quando eu morrer os prantos e as alegrias permanecerão
Todas as ânsias e inquietudes do mundo não se modificarão.

Quando eu morrer a humanidade continuará a mesma.
Porque nada sou, nada conto e nada tenho.
Porque sou um grão de poeira perdido no infinito.

Sinto porém, agora, que o mundo sou eu mesmo
E que a sombra descerá por sobre o universo vazio de mim
Quando eu morrer...


Augusto Frederico Schmidt

Fiquem bem ;)
Bom 2010

Bragança

PS: O Miolo3 já fez um aninho! Obrigado a vocês que nos acompanham (poucos mas bons!)

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Quanto custa ser Ignorante?

Por que pois buscar
Sistemas vãos de vãs filosofias
Religiões, seitas, [voz de pensadores],
Se o erro é condição da nossa vida
A única certeza da existência?
Assim cheguei a isso: tudo é erro,
Da verdade há apenas uma ideia
A qual não corresponde realidade
Crer é morrer, pensar é duvidar;
A crença é o sono e o sonho do intelecto
Cansado, exausto, que a sonhar obtém
Efeitos lúcidos do engano fácil
Que antepôs a si mesmo, mais sentido,
Mais [visto] que o usual do seu pensar
A fé é isto: o pensamento
A querer enganar-se-eternamente
Fraco no engano, [e assim] no desengano;
Quer na ilusão, quer na desilusão.

Fernando Pessoa

Ámen Pessoa! Ámen

Bragança

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Impressões do Reflexo...

Hoje é um daqueles dias em que a minha produção intelectual não é explicável. Senti uma vontade enorme de escrever...
Só este pequeno papel é capaz de sentir essa "força".

Sozinho em casa. Quer dizer, sozinho no espírito, porque fisicamente estão todos cá! Não consigo descansar hoje, a cabeça ferve não sei bem de quê. O que mais me apetece é sair aqui de casa e caminhar na rua, agora, à noite.
Saio. Só eu, a rua, a música, o silêncio. Deserto. Nada melhor que um silêncio que assusta...Dez para as duas. Já é tarde e o silêncio já atormenta...Se calhar vou ouvir alguma canção do Manel, sei lá...
Agora caminha numa rua escura, sem um destino, à procura do tal caminha certo...Acho que nunca estive tão perto...Mas será que é esse caminho que quero? Vou lá chegar? Quando?...
Paro, sento-me no passeio. Vejo um reflexo mas não sei de onde vem...Vejo o seu reflexo ali...Sinto o cheiro da sua pele, a vontade de viver, venha lá o que vier, o seu toque mágico...É real? É! É o real é o ideal! Está ali! Vou conseguir finalmente! Vou chegar ao caminho! Nunca estive tão perto...
- João! Acorda! Estás atrasado!
É a minha mãe...Tudo isto foi sonho, ilusão, irreal, fantasia...Não chego lá...
Tenho de voltar ao real...Encarar-la...Lutar...

Bragança

PS: Para eles...Que sempre me ouviram...

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Impressões


Saio de casa. Caminho, transportando o mundo cada vez mais para o meu interior e, distraidamente me deparo com dezenas ou ate centenas de rostos. Alguns rostos sorriem perfazendo a felicidade mas outros fraquejam quando rasgam um simples sorriso timido - talvez uma extrema necessidade de se afirmarem simpáticos determine tal acção. Por vezes não sorrio para o mundo, fico alheia de todas as impressões e sensações...as minhas recordações, sentimentos que faço questão de sentir, emoções vividas fazem-me viver apenas para dentro de mim... Quando caminho sou um corpo que vagueia com uma alma ciente! Mas será a minha espécie que faz desta rotina andante, um hábito?! Não creio. Enquanto eu viajo distraida e alheia ao movimento, muitos observam a minha face e concluem. E se a minha face não agradar?! Tudo partiu dos meus genes. Não tenho culpa da sensação que o meu rosto transmite. Darwin defeniu a evolução da espécie, algum dia ela terá de retroceder. Já iniciamos o retrocesso... A sociedade exige e sem propósito, muitos inocentes se declaram negativamente diferentes por não terem uma boa aparência. E agora pergunto, com a sociedade que temos terá essa mulher, que vemos na imagem anexada, alguma possibilidade de mostrar as suas capacidades mentais ou de usufruir do amor ou da amizade?!


Rita

sábado, 19 de setembro de 2009

A morte...

…é a nossa maior inevitabilidade, a nossa única certeza. Se o destino existe, ela é sem dúvida o nosso destino comum, o único.
Assustadora quase sempre, consoladora às vezes, por muito que tente mostrar-nos que é até mais honesta e segura do que a própria vida, não se livra da má fama de Ceifeira que ceifa o que está pronto para ser ceifado e o que ainda, aos nossos olhos, não está. E isso todos nós sentimos como uma enorme injustiça. Mas o que sabemos nós?! Nada. Nada, a não ser que por ela seremos levados, mais cedo ou mais tarde.
Já lhe vi os olhos em outros olhos. Já estive perto dela, mais do que uma vez e sei que quando chega aquele momento em que ela nos dá a mão e diz, Vamos que chegou a hora, o medo do desconhecido é inevitável. Não é o medo dela, é o medo do desconhecido. Há certos rostos que se suavizam quase de imediato! Quem sabe se o desconhecido afinal nos é familiar e está apenas esquecido?...
O facto é que tratamos muito mal a morte, às vezes pior ainda do que tratamos a vida. Não só evitamos falar dela, como todos os dias fazemos de conta que não existe. Mas estamos sempre prontos a desafiá-la! Desafiamo-la quando entramos no carro; desafiamo-la quando ignoramos os sinais do nosso corpo; desafiamo-la quando atravessamos a estrada; quando entramos na banheira; quando mergulhamos nas ondas… desafiamo-la a toda a hora como se tivéssemos uma necessidade maior de lhe provar que não nos vence, ainda que saibamos que será sempre ela a vencer. Cada dia que se ganha é uma vitória. Talvez por isso nos custe tanto ver vidas tão jovens serem ceifadas.
Mas uma coisa é certa – não sabemos o que existe para lá dela. Não sabemos o que está do outro lado. Não sabemos para onde vamos quando nos vamos embora e, não sabemos sequer, se apesar de nos parecer uma monstruosidade, uma enorme injustiça, ela, a morte, não sabe mais do que nós, aquilo que anda a fazer…

Já é tarde...e eu estava sedento de palavras...

Bragança

sábado, 5 de setembro de 2009

Questões existênciais....

Caros leitores, neste pequeno post faço-vos uma pequena pergunta:

Se vos fosse dada uma chance de viajar no tempo, para quando escolheriam vocês ir?

Aguardo respostas


Bragança

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Será moralmente errado dizer às crianças que o Pai Natal existe?

Para tomarmos as nossas posições, devermos primeiro esclarecer algo: o Pai Natal não existe = o Pai Natal é uma mentira = dizer que o Pai Natal existe é mentira. Até aqui todos concordamos (e perdoem-me se alguma criança esteja a ler isto, caso respondam NÃO). Agora passemos ao segundo passo: é moralmente errado mentir? Suponho que todos digam que sim, mas que alguns concordem que mentir em certos casos não é moralmente errado! Ou seja, desde que a mentira não fira outrem, não faz mal nenhum em mentir, principalmente se acrescido a isso vai ajudar alguém. Muitos psicólogos, até, afirmam que dizer que o Pai Natal existe é óptimo, pois desenvolve a criatividade e imaginação das crianças. Ou seja, mentir em certas circunstâncias é bom. Mas continua a achar que é sempre bom dizer a verdade? Nunca se deve mentir? Imagine-se que você tem um filho (criança) com cancro, prestes a morrer. Você sabe que ele vai morrer, mas a criança não tem bem a noção disso. O filho pergunta-lhe se irá morrer. Deve dizer que sim ou que não? Outro exemplo, dado por Kant: um assassino chega a sua casa e diz que quer matar o seu melhor amigo e quer saber onde ele está. Você sabe onde ele está e tem que dizer ao assassino se não ele mata-o a si e a toda a sua família e, eventualmente, acabará por matar o seu melhor amigo. Sabe também que se mentir ao assassino nada lhe acontecerá, pois ele acabará por ser preso. Que faria? Escolheria a verdade ou a mentira? *
Cheguei até este ponto para mostrar que nem sempre é bom dizer a verdade…e se uma mentira não magoa, apenas fará bem, porque razão contar a verdade? Mas aqui vêm duas objecções: a primeira é o facto de haverem 1001 mentiras que, tal como esta, farão bem mas que, no fim, acabarão por desiludir… Podemos dizer-lhes, às crianças, que magia existe ou que podem voar se forem boas pessoas, mas isso fará delas ultra-imaginativas, e nunca viverão totalmente no mundo real – acrescento uma objecção à objecção: é talvez demasiado repentino afirmarmos que demasiada imaginação é sinónimo de pouco realismo. A outra objecção (apresentada pelo Bragança, também, enquanto discutia com ele o problema) é o facto da cobrança da verdade… Temos que ensinar uma criança a NUNCA mentir; mas como poderemos ensinar-lhes isso se mentimos-lhes dizendo que o Pai Natal existe? Como podemos um dia mais tarde cobrar-lhe a verdade se eles têm o argumento do “Mas tu também me mentiste, dizendo que o Pai Natal não existe!”?
São duas opiniões distintas e com um “good point”. Pessoalmente, acredito que não é moralmente errado dizer às crianças que o Pai Natal existe. Assim como não acho moralmente errado mentir ao assassino, já que são mentiras cuja verdade estragará uma parte da vida da pessoa: no caso do assassinato, estragará a sua própria vida, no caso do Pai Natal, estragará uma boa parte da infância recheada de magia e imaginação. Por vezes, a filosofia não deve ser tão rude com os nossos actos; afinal, só é moralmente errado (opinião!) se é realmente mau. E não há nada de errado em dizer às crianças que o Pai Natal exista, mesmo nós estando a mentir, já que não ferirá os sentimentos de ninguém – o problema está quando elas se desiludem sabendo que ele não existe.

*Kant afirma que devemos dizer onde o nosso amigo está pois nunca, em caso algum, devemos mentir.

Motaz

terça-feira, 21 de julho de 2009

medo

morte. Palavra esta que a todos atormenta, assusta. O medo de cair no chão inanimado e nunca mais se levantar é...
Todos desejam fugir dela, todos querem que ela se apague do dicionário, pois têm medo desta "mulher"
"mulher" esta que nos tira a vida, sem avisar, vem como um ladrão e rouba-nos o que nos é mais precioso...
Mas a mim, morte, vem. Vem com a tua glória e com o teu poder letal! Tira-me tudo! Apaga-me...Tu "mulher" que me fazes tremer, que não me deixas dormir...Tu que fazes parte dos meus sonhos, dos meus desejos e dos meus mais escuros medos...
Vem! Apodera-te do meu ser! Leva-me! Pois eu fui feliz! Sei que aproveitei tudo o que a vida me deixou aproveitar: amei uma mulher, chorei e ri com os amigos, discuti e abracei a família...Leva-me...Força poderosa e letal...

Desculpem...

Bragança

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Qual a legitimidade das organizações religiosas?

Desde terça-feira que tenho passado noites em branco em volta de um livro que descobri em casa de um conhecido: “Segredos do Código ”. É um livro que fala sobre muitos aspectos considerados na obra e um deles é a Opus Dei. Todos já ouviram falar da Opus Dei. No best-seller de Dan Brown esta organização religiosa tem como, digamos, representantes, o Silas (aquele que se auto-mutila várias vezes) e aquele padre (ou lá o que é) que é morto quase no final do filme (recordam-se?)

Foi justamente por causa das coisas estranhas que envolviam a Opus Dei que decidi investigar este livro, “Segredos do Código”. Antes um pouco de história: basicamente a Opus Dei é uma instituição da Igreja Católica, fundada por São Josemaria Escrivá de Balaguer a 2 de Outubro de 1928. Segundo o fundador "o Opus Dei tem por fim promover entre pessoas de todas as classes da sociedade o desejo da plenitude da vida cristã no meio do mundo. Quer dizer, o Opus Dei pretende ajudar as pessoas que vivem no mundo — o homem vulgar, o homem da rua — a levar uma vida plenamente cristã, sem modificar seu modo normal de vida, nem seu trabalho ordinário, nem suas aspirações e anseios. Vou agora mostrar-vos algumas das coisas que me perturbaram sobre a Opus Dei e que estão escritas no tal livro:

“Alguns termos básicos: numerários e numerárias são membros solteiros que professam um «compromisso» de celibato e vivem normalmente em «centros». Entregam os seus rendimentos e recebem uma quantia para des­pesas pessoais. Correspondendo a cerca de vinte por cento dos membros, seguem o «plano de vida», uma ordem do dia que inclui missa, leituras reli­giosas, prece privada e, dependendo da pessoa, suplícios de ordem física. Também frequentam cursos de Verão na Opus Dei. Em cada ano, proferem um compromisso oral com a organização; depois de cinco anos, fazem «um voto de fidelidade», um compromisso para toda a vida. Há centros separa­dos, para homens e mulheres, cada um com um director. Os numerários homens são incentivados a considerar a possibilidade de se ordenarem padres. Após dez anos de formação, aqueles que sentem ter vocação são enviados para o seminário da Opus Dei em Roma, a Universidade Romana da Santa Cruz. Tudo isto porque acreditam que eles serão um dia santos e auxiliares de Deus no Céu.

A maior parte dos membros são supranumerários, pessoas casadas que contribuem financeiramente e às vezes prestam serviços em instituições ligadas à Opus Dei, como escolas. Adscritos são indivíduos solteiros «me­nos disponíveis» e que permanecem em suas casas devido a outros compro­missos, como responsabilidades em relação a pais idosos. Colaboradores, no sentido estrito, não são propriamente membros, pois «ainda não têm vo­cações divinas». Contribuem através do trabalho, da ajuda financeira e da oração...

Segundo dois ex-numerários, algumas mulheres numerárias são requisi­tadas para limpar os centros destinados aos homens e também para cozinhar para eles. Quando elas chegam para fazer a limpeza, os homens abandonam o recinto, para que não se estabeleçam quaisquer contactos. Perguntei a Bill Schmitt se as mulheres mostravam alguma resistência em relação a esse procedimento. «Não. De forma alguma.» É um trabalho remunerado da «família» da Opus Dei e é encarado como um apostolado... «Completamente falso», disse Anne Schweninger. «Eu não tinha escolha. Uma vez na Opus Dei, o que se pede é uma ordem.»”

Fonte: “Segredos do Código”- páginas 240/241

Sendo assim as grandes questões que se impõem neste domínio são: qual a legitimidade desta organização em controlar assim os seus seguidores? E o porquê destas pessoas sujeitar-se a tais coisas? Estão à procura da tal santidade referida em cima? Ela existe? Vale o esforço? Será verdade? E o suplicio corporal, que dizer dele? Será que esta organização “molda” as pessoas? Que direito é que eles têm? Como podem as pessoas acreditar piamente?

Perguntas às quais procuro resposta. Mas já dizia o outro: “ A religião é o ópio do povo”. Move multidões em busca de utopias…

Bem agora vou dormir se não amanha fico mal disposto e o mais provável é que não chegue a terminar esta frase o que é no

Bragança

domingo, 14 de junho de 2009

Egoísmo Psicológico: Introdução

Vou reflectir um pouco sobre a teoria do Egoísmo Psicológico, o mais sintáctico possível… É importante referir que esta teoria defende COMO SOMOS e não COMO DEVEREMOS SER… O Egoísmo Psicológico é a teoria que defende que todos os nossos actos são realizados pelo interesse pessoal e que sempre que fazemos bem a alguém, fazemo-lo porque sabemos que isso vai influenciar o nosso bem-estar (ou porque procuramos a aprovação de terceiros que influenciará por si só o nosso bem-estar). Pensemos em todos os actos que fazemos ao ajudarmos e alguém e pensemos na justificação de o fazermos… “Porque é que é voluntária num hospital?” , “Porque gosto de ver o sorriso destas pessoas ao verem-me a mim, e isso é bastante recompensador”. Parece que então apenas é voluntária porque cada sorriso é recompensador e isso influencia no seu bem-estar. “Porque é que queres dar boleia a este teu colega, neste dia de chuva?”, “Porque se fosse eu também gostaria de ter boleia”. Mais uma vez, uma justificação egoísta. “Porque razão ajudas tu o teu colega para o exame?”, “Porque se fosse eu também queria ser ajudado” ou “Porque se ele tirar positiva isso irá fazer-me feliz porque ele também vai estar feliz” ou ainda “Porque não lhe queria dizer que não”. Todas estas justificações parecem ser simplesmente egoístas… Sei que há pessoas que dedicam grande parte da sua vida a ajudar os outros, abdicando de prazeres que contribuiriam para o seu bem-estar, mas essas pessoas só o fazem para serem recompensadas pelos seus esforços: fama, reconhecimento, esperança de um lugar no Céu, aprovação de terceiros... Não há (segundo a teoria) acções genuinamente altruístas; aliás, o altruísmo é uma ILUSÃO! Elliott Sober acrescenta ainda “O soldado na trincheira que se faz rebentar juntamente com uma granada para salvar a vida dos seus camaradas(…). Como pode esse acto resultar do interesse próprio se o soldado sabe que acabará com a sua vida? O egoísta pode responder que o soldado percebe nesse instante que prefere morrer a sofrer a culpa que o perseguiria para sempre se se salvasse a si próprio e deixasse que os seus amigos morressem. O soldado prefere morrer e nada mais sentir, a viver e sofrer os tormentos dos condenados. Esta resposta pode parecer forçada, mas ainda está por determinar a razão por que a devemos considerar falsa.”… Muitas críticas são feitas à teorias, críticas mais plausíveis que a própria teoria (daí dizer-se que cabe ao egoísta o ónus da prova). Vou apresentar a objecção que, para mim, é a mais destrutiva da teoria… Essa objecção passa por defender que o sentimento de prazer quando fazemos bem aos outros pode não ter sido a causa da acção, mas sim o seu efeito…vejamos o exemplo do voluntariado…ela diz que o sorriso dos pacientes lhe faz sentir bem e que é recompensador…mas porque razão lhe faz sentir bem e é recompensador saber que os outros estão feliz por vê-la? Um egoísta total nunca sentiria prazer ao ver a felicidade dos outros!... Um egoísta é um egoísta, e nunca sentiria que era reconfortante e recompensador ver a felicidade dos outros! É aqui, especialmente neste ponto que a teoria cai!... Conclusão… O Egoísmo Psicológico tem boas razões a seu favor mas não explica porque razão o efeito de um acto “altruísta” nos faz sentir bem…assim sendo, a teoria desmorona... queria mesmo assim sublinhar que continuo a ser um defensor do Egoísmo Psicológico!
Motaz

sexta-feira, 15 de maio de 2009

A Possibilidade do Mundo Ser Real

Um problema que sempre me chamou a atenção foi a dúvida sobre a possível existência do mundo exterior e, por conseguinte, do conhecimento; contudo, não fazia ideia do quão importante era essa problemática para a filosofia. Três importantes filósofos se destacam: Descartes, Hume e Kant. Enquanto reflectia Descartes e Hume, concordava em parte com as suas teorias, mas não de todo, ficando assim numa teoria 50-50. Mais tarde, vim a descobrir que essa teoria era defendida por Kant. Gostaria de realçar que eu vou argumentar sobre a possibilidade de o mundo exterior existir e não sobre a possibilidade do conhecimento existir (apesar de estarem ambas conectadas), todo o blablabla sobre Kant & Co. foi só uma introdução para os que estiverem mais interessados!!
Vejamos que Descartes diz que o mundo exterior pode ser uma ilusão ou um sonho – e é verdade, se pensarmos um pouco, ninguém nos pode garantir que o mundo exterior não é uma ilusão! Quem sabe, tu, pessoa que lês este texto, és a única que existe no mundo – se é que ele existe! Até podes ser controlada por uma espécie de “génio malígno” que molda o teu mundo que não existe! Todos os teus objectos ou todas as pessoas que conheces pura e simplesmente podem não existir, e serem fruto da tua imaginação; reparemos nos esquisofrénicos que, por vezes, imaginam pessoas que não existem, contudo, acreditam que elas estão lá...quem sabe, o mesmo acontece connosco!! Assim sendo, o mundo exterior pode não existir! Será que poderemos alguma vez saber se ele existe? Descartes diz que sim, que através do pensamento sabemos o que é real e o que não é, já que, apesar de não sabermos se o mundo existe, sabemos que o nosso pensamento é real (cogito – penso, logo existo). Descartes acrescenta ainda um Deus que lhe trará segurança aos seus pensamentos. Discordo quase totalmente!
Hume discorda na totalidade, para ele o mundo exterior existe, e ele sabe de tal coisa porque o sente (apesar de se considerar pseudo-céptico)! Ao sentirmos o mundo, este envia-nos impressões vívidas sobre o mesmo, ficando nós a saber como é que ele é... O pensamento é apenas mais um detalhe que pouco interessa, já que as conclusões que dele tiramos não são obtidas através da observação do mundo, logo, não nos dão informações sobre o mundo. Contudo, Hume tem a certeza de tal facto, e “sabe” que o conhecimento é possível – mas só o sabe através do pensamento! Discrodo quase totalmente!
Para mim, o mundo exterior não é uma ilusão e, ao contrário do que diz Descartes, podemos confiar nele. Para além das nossas impressões serem vívidas, fortes e podem ser sentidas clara e distintamente, o mundo é bastante complexo para o criarmos. É quase inimaginável que não decoremos certos aspectos, que sintamos incapacitados para certos “factos”, mas que consigamos pintar um mundo complexo, novo, cheio de cores, sons, pessoas e todos esses aspectos que, segundo nós, vão muito além da nossa mente... além disso há sempre áreas nas quais somos um desastre, mas ouvimos constantes explicações sobre elas em todo o lado. Por exemplo, um indivíduo não entende nada sobre ciência; na televisão, vê uma reportagem sobre o assunto, bem fundamentado...ele entende certos aspectos que já aprendera - mas não sabe muito mais para além disso! É impossível imaginarmos algo que não entendemos, e fundamentarmos esse aspecto. No meu ponto de vista, isso significa que o mundo é muito mais que uma ilusão criada por nós, já que nem toda a informação está na nossa mente...claro que podemos pôr em causa o "génio malígno", mas se ele não consegue entrar nas nossas cabeças (já que penso, logo existo), como poderemos explicar tão facto de conhecimento/ignorância?
Conclusão: O mundo é capaz de ser real =)
Motaz

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Determinismo/Libertismo... Que caminho?!

Aparentemente, todos os acontecimentos no universo estão determinados por acontecimentos anteriores e pelas leis da natureza. Mas se nos posicionarmos, concluimos que o ser humano também se encontra sincronizado na popular esfera azul e, como tal no universo. É isto que nos levanta muitas dúvidas face à nossa intuição accional, o que faz das acções um problema similar à intacta resolução do problema determinismo versus liberdade. Quanto à minha crónica, afirmo que a maior causa deste problema estar em aberto resume-se à falta de imparcialidade dos deterministas radicais que defendem que em nenhuma situação temporal, possuimos livre-arbitrio e que todo o universo é determinista. Por vezes, o determinismo radical acaba por ser uma teoria auto-refutante; isto porque, para defenderem a sua própria tese tiveram o poder de arbitrar livremente a sua posição. Por outro lado, considero impraticável esta teoria. Não podemos viver sem pressupor que temos algum livre-arbitrio pois se evitarmos acreditar que temos livre-arbitrio, não acreditamos nas nossas acções; acreditar que podemos arbitrar livremente as nossas decisões faz parte do processo de agir. Para dar resposta ao determinismo radical, surgem como alternativa as teorias libertistas e compatibilistas. O compatibilismo é a teoria segundo a qual, o livre-arbitrio é compativel com o determinismo; é quanto a mim a teoria mais plausível em relação à resposta deste problema. Todavia, um libertista afirma convictamente que temos o poder de decidir livremente as nossas acções e que nem todos os acontecimentos estão determinados. No entanto, esta teoria parece filosoficamente incoerente pois muitas vezes decidimos algo, porque esse algo nos proporciona maior felicidade (dito em linguagem corrente, porque esse algo nos convém). Por todas as teses apresentadas e por todas elas serem distintamente diferentes e bem argumentadas e objectadas, o problema parece então continuar infinitamente em aberto. No entanto, apesar de me identificar com o posicionamento compatibilista não consigo deixar de pensar neste problema sem pressupor a existência das teorias exestencialistas(passo a pleonasmo...). O homem não é mais do que o que faz de si mesmo e é responsável por aquilo que é e, portanto só o homem tem a consciência completa da sua existência que derivou racionalmente das acções. No entanto, não se considerão os cidadãos maioritariamente livres?! A hipótese de escolha parece estar presente numa essência constante que acaba por ser peculiar à natural estrutura do comportamento intencional do ser humano, consciente e arbitrário.
Rita

sexta-feira, 6 de março de 2009

Eutanásia... Uma nova moda ou apenas um conceito da genuidade do ser?


A tendência para recorrer à eutanásia como meio de resolução de um problema existencial está a ganhar cada vez mais impacto. A eutanásia define-se como uma prática diferenciada que consiste em provocar a morte de um dado indivíduo de uma forma controlada (geralmente pela medicina) para que este encontre, segundo o seu estado cognitivo, a melhor solução para o seu problema existencial. A posição que aqui defenderei é, que a eutanásia deve ser legalizada em Portugal uma vez que ela é uma opção moral e cada um é suficientemente responsável e autónomo para poder optar. Se todos somos livres, então todos temos direito a tomar qualquer decisão independentemente do seu carácter e das consequências envolventes a essa decisão. Em adição a isto, os médicos não têm correspondido aos desejos maioritários dos seus pacientes pois se esta está a ganhar maior projecção opcional os médicos deveriam, em conjunto com as autoridades governamentais, revelar mais empenho sobretudo na medicina paliativa.
Contudo, estou ciente que a eutanásia é uma questão de resolução dificultada pois existem várias refutações a tal problema. Muitas vezes, quem opta pela eutanásia encontra-se num estado " vegetativo" estando, portanto consciente das sensações do mundo exterior e que a eutanásia será a melhor solução para obter felicidade. Contudo, quem se encontra neste estado apenas esta incapacitado fisicamente pelo que poderá arranjar uma maneira de atribuir algum sentido à sua existência mesmo que para isso necessite de um posterior apoio psicológico. Nestes casos, os amigos e a familia desempenharão um papel fulcral e podem sempre ser alvo para uma vida de alguma felicidade. Além disto, a eutanásia é por vezes uma ideia dolorosa para quem acompanha pessoas que se encontrem com um desejo intenso de morrer. Se a eutanásia fosse legalizada, alguém teria de presenciar uma morte o que poderia acarretar problemas do foro psicológico do ser que assiste a este facto. No entanto, a eutanásia pode ser facilmente compreensível e aceitável. Todavia, acho que ela apenas é compreensível numa situação : uma pessoa que se encontre incapacitada fisica e psicologicamente e que não sinta quase nenhuma, ou nenhuma sensação do mundo exterior. Mas uma questão para refutar este exemplo pode ser usada. Se uma pessoa está neste estado, provavelmente gostaria que a eutanásia lhe fosse aplicável mas não tem poder de decisão porque o seu cerebro já não tem qualquer poder sobre a acção. Para responder a esta refutação ao meu exemplo, defendo que todo o ser humano deveria deixar escrito num documento acessível o que gostaria que lhe fosse aplicado, caso se encontrasse nesta situação (eutanásia ou não). Se o sujeito desejasse que a eutanásia lhe fosse concebida nestes extremos, acho que deveria ser aplicável. Em caso contrário, os seus orgãos deveriam continuar a exercer mecanismos até não terem mais capacidade de resposta. Nestes casos, só o individuo-alvo deve decidir e qualquer decisão é aceitável sem qualquer objecção possivel.
Ao longo da vida, o ser humano depara-se com diferentes estados cognitivos do seu ser e deve ter algo que lhe assegure esses estados. Os estados cognitivos maléficos para o individuo em questao devem ser dirigidos segundo as suas opções em intervalos de tempo vitais em que este se encontre dotado de consciência.

Rita

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Apenas folhas soltas sobre a vida

Não tenho resposta a esta pergunta, não tenha, para já, uma opinião fixa... ...

Porque vivemos? Para que vivemos? Fazemos constantemente estas perguntas, mas talvez deveriamos parar um pouco, porque pensarmos constantemente no significado da nossa vida pode não ter qualquer ilação; apenas ao facto de nos cansarmos dela! [Talvez] ! Mas como ser feliz? Talvez seja esse o pálio sustentado pelos outros bulícios! Desde sempre pensei nesta (hedionda? ou jocosa?) questão, e nos últimos tempos tem-me acabrunhado e abatido de uma forma tão chocante(...) Na realidade (e como todos sabem que quando uma questão nos vem à cabeça, outra logo, depois de seguida de uma anterior, nos aparece - nos mitiga [ou nos faz crescer] - ) não foi bem esta a pergunta que me colocou neste estado de bulício tão incomensurável - foi a pergunta que me veio posteriormente: Serão os néscios ou sandeus, tão ou mais felizes que nós? Será a ignorância, acossada, por vezes, pela ignomínia, mais satisfatória - mais inteligente que a própria inteligência?

"Gato que brincas na rua Como se fosse na cama Invejo a sorte que é tua Porque nem sorte se chama(...)"
Fernando Pessoa


Motaz

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

CRIME EM PORTUGAL... CRIME?

Se piratearmos, em Portugal, podemos ter até 3 anos de prisão!
Se violarmos uma criança, em Portugal, podemos ter 3 anos de prisão!
Um bocado absurdo, hein?

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Branco no preto - A essência humana.


O amor de um ser humano que viva a filosofia intensa e verdadeiramente remete todos os seus pensamentos para o problema do sentido da sua existência. Breves reflexões sobre este assunto já foram citadas neste blogue mas eu tentarei apresentar razões que justifiquem o simples facto de sentirmos o solo sempre que caminhamos e a função dessa nossa caminhada. Estou certa que o verdadeiro filósofo reconhece que a vida não tem sentido mas consegue ser feliz à mesma. O filósofo é tão poderoso que subdivide ainda mais o seu encéfalo e destina funções aos diferentes designs: Apesar de possuir inteligência para saber que nenhuma acção que façamos vale a pena, consegue abstrair-se disso. O problema do sentido da vida é análogo ao problema do sentido de cada acção em particular. Todo o ser humano que não se rege pela sua inocência e ignorância, trata de saber se a sua vida tem alguma finalidade e se essa finalidade é alcançável e, em adição a isto se tal finalidade alcançável tem valor. Acontece que, quem pensa nisto conclui maioritariamente que a vida não tem sentido e, portanto não tem qualquer finalidade. Mas se já fomos colocados na terra e se todos partimos da unicelularidade para a complexidade temos de agir. Não nos podemos penetrar na frustração deste problema filosófico que atormenta muitos só porque achamos que a vida não tem sentido. Se a vida não tem sentido, não o ganha se prolongarmos o problema para sempre. Esta frase é, por mim citada, a melhor tese que persuade um ser humano a dar sentido à sua vida. Quando alguém chega a este ponto deve fixar-se na ideia de que a vida tem sentido pois não há qualquer razão para pensarmos que não o é, só pelo facto de sermos mortais. Aliás, quem sabe se não haverá algo para além da morte? Sim, falo em algo pois penso que o conceito "vida" será algo terreno mas penso que haverá qualquer luz existencial além-vida. Por outro lado, acho absurso o ser humano atribuir o sentido da sua vida sem recorrer a estes meus pensamentos. Isto é, acho absurdo o ser humano atribuir a sua existência à presença de uma entidade divina, isto é, Deus. Se não há condições suficientes que reunam uma condição necessária para Deus ter existido, para quê atribuirmos o sentido da nossa vida a algo que possa ser ilusório? Tento compreender o facto de que muitos seres humanos queiram atribuir o sentido da sua vida a uma imagem mas considero isso, pura ignorância. Mesmo que tentemos fazê-lo, sabemos que não somos os mais sensatos [...]


Rita

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Um mundo simplificado; Uma geração pueril.

Será que defacto me conheço?! Será que conheço realmente o meu grande amigo, "Judas" que caminha comigo durante o dia e durante a noite e me dá uma sapatada nas costas como um meio para eu obter consolo?! A questão por mim defendida é que, é impossivel reconhecermos o que nos define. Somos um ser inconstante que perante a mesma situação, age segundo um processo num dia; segundo outro processo no dia anterior. Tudo depende do que uma determinada pessoa fez por nós há dois dias atrás ou será há dois dias à frente do dia de hoje?! O estado gradual do tempo não importa para os seres racionais que deveriam ser intitulados como irracionais! Que diferença faz se uma relação dura anos?! " Fiz hoje uma amizade bem melhor que essa!" Quem sabe, um dia destes pode ser que a ciência faça uma experiência com um chimpanzé e com um homem e verifique que o chimpanzé possui, sem dúvida, mais capacidades que o primeiro! Mas que "merda" de pessoas nós somos?! Não me olhem assim só porque alguém se lembrou de chamar merda às coisas más, sem sentido, que nos causam infelicidade e frustração. É só um conceito clarificado! Também peço desculpa, não me refiro a nós... Não me incluo a mim nem a ti, meu amigo, neste oceano tão insignificante de ideias! Podia fazer uma crónica sobre isto mas estaria a ser menos filosófica do que o que fui nesta viagem! Estará o mundo a formar pessoas para que estas se deixem reger pela tecnologia ( não pela ciência, atenção! )?! Estará o mundo a formar pessoas para que estas esqueçam que têm um ancestral comum a tantas outras?! O problema fica em aberto.

Rita

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Olhando em retrospectiva…afinal, o que sabemos nós? O que é, na verdade, o conhecimento? O que podemos tomar como certo ou errado, verdadeiro ou falso, bom ou mau?!
As minhas dúvidas aumentam, cada vez mais e mais…será que poderei algum dia encontrar a completa felicidade? Ou estarei condenada a viver neste mundo de ignorância, onde reina a melancolia da incerteza, como no mais torpe dos sonhos de uma simples criança?
Posso até estar feliz neste momento, pensar que encontrei o amor, que tudo me corre bem e que até sou feliz!…e daqui a uns tempos, regressar a um profundo estado de latência, esperando…esperando…mas afinal esperando por quê? Não é, no fim das contas, tudo isto um ciclo? Momentos bons, sucedidos por momentos maus, que por sua vez se sucedem de novos momentos melhores…
O desespero invade-me, consome-me a alma, e não consigo livrar-me destas dúvidas constantes! A vida está fora do nosso controlo, e passamos por ela com espectadores de televisão, em que quase nada nos agrada, porém continuamos a olhar, fixamente, como se nada mais soubéssemos fazer…assistimos, imponentemente, à nossa própria rotura!
Até concordo que a perfeição não exista! Mas podemos sempre esforçar-nos, em busca de algo próximo a ela, para contornar as nossas próprias limitações…sei que é mais fácil falar do que agir, e também não sou um exemplo a seguir…contudo busco sempre respostas às minhas dúvidas e não me deixo vencer pela impotência que vence a maioria dos comuns mortais.
A minha maior esperança é viver o suficiente para conseguir arrancar-me, a mim mesma desta ignorância inata, comum a todos nós! Ajudemo-nos uns aos outros, para que a tarefa não seja tão árdua, e para que o meu caminho seja mais fácil de traçar, por entre os trilhos sinuosos e ardilosos, que sãos as intrigas de uma vida diária neste mundo conspurcado …

Cris Alves/ Bragança

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Para quê?

Pensamentos deitados ao chão
Como que atirados
Como que rasgados
Queimados e afogados

Reflexões simétricas
Mentes similares
Palavras lineares
Ou outras poéticas

*

Mas que somos nós?
Não somos ninguém!
Não pertencemos aqui!
Vivemos no além: Para lá daqui!
Vivem para pensar
Pensamos para viver
E depois esperamos por morrer
Para que a ideia seja aconchegada
Para que seja abraçada
...
Ou para connosco também adormecer!

Motaz

Ps.: Inspirado na reflexão do Bragança!

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Dialogo...

O diálogo em filosofia representa o processo de busca da verdade. Só o ser humano consegue dialogar, o que faz do diálogo uma característica única e própria do ser humano. A capacidade de se dirigir e de responder ao outro como igual estabelecendo assim uma relação e o comunicar com o outro através da linguagem permite o acesso ao pensamento e à representação. O diálogo é a troca de ideias e é onde também se formam ideias. O diálogo pressupõe a reciprocidade existencial e esta pressupõe a diferença e a semelhança, já que é devido à diferença que se pode enriquecer com a comunicação. O diálogo alarga os horizontes da exigência do pensamento, alarga a nossa pessoa, alargar a nossa mente…nunca deixem de dialogar com quem quer que seja…nunca deixem que os preconceitos vos penetrem…mas a verdade é que nem sempre se consegue dialogar…nem sempre as pessoas estão dispostas a ouvir isto…nem sempre tem paciência para nós…
Desculpem lá…

Bragança

Não consegui


Não consigo dormir. Estou cheio de pensamentos parvos. A minha mente enche-se de coisas estapafúrdicas. É tarde. Amanhã não vou render nada na aula da manhã. Vou ter teste de Matemática e estou aqui de noite sem dormir. Não tenho culpa por ter sido invadido por coisas. Não sei bem quais…são espécies de dilemas sobre a minha pessoa…Pode parecer parvo mas a vida é como esta folha de papel onde escrevo…vai ficando cheia de letras…palavras…frases…parágrafos…mas no fim ela vai acabar esquecida dentro de um caderno, ou em cima de um monte coisas com o rótulo “Pró Lixo”. Ou então acaba machucada, toda amarrotada ou desfeita em pedacinhos pequenos. Está cheia de amores, escárnios, maldizeres, desamores, esperanças, alegrias/tristezas, felicidades, paixões, pensamentos, de recordações…ou então cheia de parvoíces…mas no fim ela acaba sempre por desaparecer…tudo o que aqui escrevo daqui a uns instantes desaparece…podem dizer-me que fica na memória mas vão existir outras folhas de papel que vão preencher a vossa alma…até a folha do teste de Matemática vai ser mais importante para vocês… (mas esta também acaba no lixo...). Tudo acaba como esta folha…rasgada…cheia de palavras mas rasgada…cheia de pensamentos mas rasgada…tanto tempo perdido nela…acaba no esquecimento…como nós…
Como diz alguém que eu conheço… NÃO ENTENDO NÃO ENTENDO NÃO ENTENDO…
Bragança

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Um pouco de história...


A palavra filosofia é de origem grega. É composta por duas outras: philo e sophia. Philo deriva-se de philia, que significa amizade, amor fraterno, respeito entre todos. Sophia significa sabedoria e dela vem à palavra sophos, sábio.

Filosofia significa, portanto, amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo saber. Filósofo: o que ama a sabedoria, tem amizade pelo saber, deseja saber. Assim a filosofia indica um estado de espírito da pessoa que ama, isto é, daquela que deseja o conhecimento, o estima, o procura e o respeita.


A filosofia teve origem no século VII a.C. em colônias gregas localizadas na cidade de Mileto quando alguns homens perceberam que tudo podia ser conhecido através da razão humana e que o conhecimento não se limitava apenas para os deuses. Pitágoras foi quem criou o termo filosofia. O termo foi criado quando Pitágoras viu que os deuses possuíam todo o conhecimento e sabedoria que existia, passando assim a perceber que o homem poderia desejar e buscar tal sabedoria plena por meio da filosofia.


Curiosidades:


Existem duas teorias que explicam o porquê da filosofia ter nascido na Grécia. A primeira delas afirma que o aparecimento da filosofia se deu através de influências da sabedoria oriental, com a qual os gregos tiveram contato em suas viagens. A outra teoria diz que o povo grego foi tão excepcional, que foram capazes de criar a filosofia de forma espontânea e única. Na verdade, a filosofia possui grande influência da sabedoria oriental (egípcios, assírios, persas, etc.), no entanto, os gregos imprimiram mudanças de qualidade tão profundas nessas culturas, que foram apontados para alguns, como os criadores únicos da ciência.


Rita

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Agarrados à ética para poder agir - Breve reflexão

Verifico que a moral influencia todas as nossas acções e emoções portanto, que outra razão me leva a acreditar que as nossas acções derivam da razão? Somos movidos por regras, por maneiras e por principios éticos; toda a moral nos disperta paixões e como vivemos enganados a pensar que uma imagem ética fará de nós melhores pessoas, esta pode impedir-nos de fazer algo exuberadamente importante mas também pode conduzir-nos a fazer outro tipo de acção. Nenhum ser humano consegue agir sempre correctamente porque para além da razão está ali presente o conceito de moralidade e de ética. A razão conduzirá qualquer um ao valor de verdade das coisas em relação à realidade. Mas nem todos se conformam. Por vezes é preferivel fechar os olhos à realidade. Tem toda a lógica. Se a moral faz de nós aos olhos dos outros melhores seres humanos, porquê estar do lado da razão? O ser humano comum pensa assim. É movido por futilidades e por pensamentos de outrem. A conclusão que chego é que não importa que tipo de ser humano somos instantaneamente aos olhos dos outros; O mais importante é seguirmos a razão (...) Seremos tão importantes como a ciência - ela demora milhões de anos para que uma nova teoria seja aceite e comprovada; nós também demoramos muito para que reconhecam como somos importantes; até lá passaremos por episódios quase 'biblícos' mas não haverá melhor recompensa do que sabermos que fizemos sempre as melhores opções, mesmo que alguém só as reconheça quando a terra se apoderar do nosso corpo! O importante é percebermos o mecanismo da susceptibilidade das coisas - o resto virá por acréscimo! Caso contrário, pouco importará.

E agora, valerá a pena sermos os mais éticos sem razão-base nas acções?!

Rita

Mais Falácias

Duas falácias apresentadas por Luís Afonso no Público nos seus tão famosos "Bartoons":

- Argumento linguístico/ Falácia do equívoco [equívoco entre BEM ESTAR e SE ESTÁ BEM]

" - A Noruega e Portugal, no fundo, são países muito parecidos.
- Muito parecidos?
- Sim. Na Noruega há bem-estar, e em Portugal tem um clima onde se está bem"

- Argumento quase lógico/ Falácia da Transitividade

" O mundo confiou em Bush. Bush confiou na CIA. A CIA confiou nos seus informadores. Resumindo, o mundo confiou nos informadores da CIA."

[e é mesmo fácil enganarmo-nos, perdermos toda a Razão]

Motaz

Se pensarmos assim (...)

filosofia ou não?

“Ele morrerá eu morrerei
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos
A certa altura morrerá a tabuleta também, e os versos também
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta
E a língua em que foram escritos os versos
Morrerá depois o Planeta girante em que tudo isto se deu”


Fernando Pessoa
Isto fez-me pensar..."Qual o sentido da vida?"...

Bragança

Desvaneio

Ando intrigado com muitas coisas…não consigo perceber qual é o objectivo da nossa vida. Pode parecer que tenho espírito derrotista e que não tenho vontade de viver e que isto é só para aqueles tipos que têm ideias “fora” do normal, mas a burrice humana faz-me pensar e questionar o porquê de Deus nos ter feito…há com cada estupidez…cada idiotice…cada coisa…Às vezes acho que sou um ET aqui…parece que o mundo e a humanidade forma feitas exactamente á imagem oposta da minha. Se digo ou penso uma coisa, a opinião pública é sempre diferente…não me consigo identificar com ninguém! Às vezes sinto-me parecido com algumas personalidades ou figuras conhecidas da nossa História mas depois lá vem aquele momento em que essa personagem me desilude! Apetece-me ser cego para não ver ou perceber as atitudes mesquinhas e egoístas desta sociedade! Preferia nunca ter visto o Mundo e ter estado sempre em cativeiro num sítio qualquer sem conhecer a realidade…onde eu pudesse falar comigo mesmo sem que ninguém em nenhum lado me desiludisse e acima de tudo que finalmente me percebesse…eu sei que isto não é verdadeira felicidade mas pronto…

Bragança

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

"Filosofia com humor" ; Dominio da lógica.


- Problema dos argumentos por analogia -

( A verdadeira prova de que é possível obter analogias completamente diferentes a partir de diferentes pontos de vista )


1º caso:



" Três estudantes de engenharia estão a debater que tipo de Deus terá concebido o corpo humano. Diz o primeiro: - Deus deve ser um engenheiro mecânico. Reparem em todas as articulações. - Eu acho que Deus deve ser um engenheiro electrotécnico. O sistema nervoso tem milhares de ligações eléctricas - defende o segundo. - Na verdade, Deus é um engenheiro civil. Quem mais passaria um tubo de desperdicíos tóxicos através de uma área recreativa? - diz o terceiro. "

Em suma, os argumentos por analogia não são bons argumentos, isto é, poucos são aqueles que se definem como cogentes. Não proporcionam ao ser humano o tipo de certeza que este gostaria de ter relativamente a crenças básicas, como a existência de Deus.


Outros casos:


- Falácia << POST HOC ERGO PROPTER HOC >>

Vejamos que tipo de falácia é com o seguinte exemplo(...) :

" Num lar, um octogenário aproxima-se de uma senhora idosa que usa corsários cor-de-rosa e diz: - Faço anos hoje!
- Fantástico! - responde ela.-Aposto que consigo dizer-lhe exactamente quantos anos tem. -A sério como? replica ele. - Fácil. Dispa as calças - diz a senhora. O homem despe as calças. - Muito bem- diz ela.- A gora, dispa as cuecas. O homem obedece. Ela acaricia-o durante um momento e diz: - Tem oitenta e quatro! - Como é que adicinhou?- pergunta ele. - O senhor disse-me ontem - responde ela.

Em suma, o velhote caiu no truque mais velho do mundo, post hoc ergo propter hoc. É a parte do propter que nos engana sempre. Somos enganados por falácias deste tipo porque não conseguimos reparar que há outra causa em jogo.

Rita

" Filosofia com humor " ; Dominio da lógica.

- Problema dos argumentos por analogia -

( A prova que é possivel obter analogias completamente diferentes a partir de diferentes pontos de vista )-

1º caso:

" Três estudantes de engenharia estão a debater que tipo de Deus terá concebido o corpo humano. Diz o primeiro: - Deus deve ser um engenheiro mecânico. Reparem em todas as articulações. - Eu acho que Deus deve ser um engenheiro electrotécnico. O sistema nervoso tem milhares de ligações eléctricas - defende o segundo. - Na verdade, Deus é um engenheiro civil. Quem mais passaria um tubo de desperdicios tóxicos através de uma área recreativa? - diz o terceiro. "

Os argumentos por analogia não são bons argumentos, isto é, poucos são aqueles que se definem como cogentes. Não proporcionam o tipo de certeza que o ser humano gostaria de ter quando estão em causa crenças básicas como a existÊncia de Deus.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

um pequeno poema ao homem

Não vou aqui saturar os pormenores da minha enfadada existência, vou apenas divagar. O meu remédio para toda a minha reserva perante certos assuntos que me revolvem. Que seja uma forma de me resignar.

...aqui vai uma espécie de poema...

Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nela ia.
Sem a loucura o que é o Homem
Mais que besta sadia,
Cadáver adiado que procria
...


Bragança

Viver à margem da democracia - ou da sociedade



Porque necessitamos de algo tão insignificante como um cartão que prova a nossa existência, porque necessitamos de pagar para viver, para morar, para até desabafar. Porque tão cego o é, tão simples, tão indiferente nos torna! E se não o formos? Se decidirmos viver à margem da democracia, das regras, as regras, aquelas leis escritas em pedaços de papel, e que nos podem levar a deixar de ver o Sol, a Lua, a Vida! E se eu decidir fazê-lo? Se decir por o mundo na borda do prato? E se o decidirmos todos?
Bandidos fintados pela inocência, rasgados pela culpa, cortados pela dor de que afinal não são ninguém; adorados pela morte, queridos pelas trevas, afundados pela dor que lhes destrói (e mói) e coração. Como seriamos vistos! Mas não seriamos mais que um pedaço de Razão!

OBS- Eu sei que a imagem foge um pouco ao tema, mas foi nela que me inspirei.

Motaz

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

O porquê? uma pergunta que me persegue...

Porquê?”… É a pergunta que mais navega nos meus pensamentos, desde há uns tempos para cá. O “porquê” da nossa existência, o “porquê” dos nossos actos, enfim…o “porquê” de tudo.
Por mais que me esforce, não encontro uma razão suficientemente forte para o desenrolar de tudo. Serão desígnios divinos? Ou apenas a reflexão dos actos que comentemos, na construção do nosso próprio rumo?
Será que o nosso destino está nas nossas mãos?
Não compreendo, e não consigo viver nesta ignorância que me atormenta! Busco incansavelmente respostas mas cada vez encontro mais perguntas. A cada porta que consigo abrir, dez novas lhe sucedem.
Estou à beira do abismo e não sei o que devo fazer. Deverei atirar-me? Ou, por outro lado, deverei esperar que alguém me salve deste conflito interior?
Não consigo desistir desta horrível pergunta, “porquê?”, só espero conseguir encontrar a maldita resposta em breve.
Olho à minha volta, e o que vejo? Pessoas conformadas com a normalidade da sua pacata vida, sem nada questionarem, vivendo na ignorância, quase a mesma com que nasceram! Isso não me satisfaz! Tenho uma insaciável sede de sabedoria, e é essa necessidade que cria o verdadeiro pilar da minha essência. E é para o sustentar que tudo faço.
Afinal…sempre sei o “porquê” da minha existência. Agora cada um descubra o seu.

Cristiana Teixeira Alves /Bragança

domingo, 11 de janeiro de 2009

Porque o ser humano se acomoda à razão? Breve reflexão.


Será o ser humano tão inseguro, será o ser humano tão estúpido ao ponto de provocar a desorganizção mental na cabeça de quem com ele filosofa, diariamente? A necessidade de fazer com que outros gostem de nós nunca fica realizada. Todos nos damos ao conforto da razão. Sentimo-nos infaliveís perante todo o reino animal, mas temos muito medo quando a falibilidade nos persegue gradualmente ao longo do nosso discurso. Mas não o revelamos. Só o nosso instinto sabe. Mais ninguém pode saber que somos tão faliveis como quem connosco filosofa e argumenta a sua tese. Se a razão estiver do nosso lado, somos para a nossa auto-estima vitoriosos e seremos dos melhores filosofos antropólogos de todos os tempos. Mas na realidade não é assim. Isso é o que a nossa mente nos leva a pensar. Não terá o outro ser humano que também filosofa a noção que o discurso tende para a sensação de superioridade das pessoas?! Claro que sim. Mas não pode refutar isso. Esse ser humano é igual ao ser humano que com ele filosofa e igual ao ser humano que filosofará consigo amanha. Todo o ser humano é inseguro, mas sorte têm aqueles que são menos inseguros que os filosofos que com eles filosofam (...) Grande parte da razão, mesmo que não seja vencida em "Àgora", será vencida pelo próprio filosofo! Ele acreditará na sua tese e isso será, sem dúvida, a melhor recompensa.

Rita

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Apeteceu-me....desculpem lá o mau jeito


Apraz-me deitar cá para fora o seguinte pensamento:O bairrismo é saudável, o fanatismo é aceitável, a cegueira é incurável e a estupidez, essa meus amigos, é lamentável.Não sei, apeteceu-me dar numa de filósofo frustrado.


Bragança

Será mesmo?

Tenho andado a pensar com os meus botões e cheguei à conclusão que não sou livre. Ando para aqui a escrever coisas que no fundo não são mais do que milhares de pensamentos ligados. Pensamentos que não são meus. Ou seja eu não sou livre e não tenho livre arbítrio. Tudo o que escrevo não é mais do que coisas inspiradas em alguém que venero. Pode ser um filósofo, um politico, um poeta. Então nada é meu?! Nada! Se começo a discutir algo dou por mim a citar alguém! Nada daquilo que faça ou diga é meu. Como me visto, a música que ouço, os livros que leio….nada é original….este texto também não é!!! Chego à rua e vejo “coisas” a comportarem-se exactamente igual a uns tipos que vi em tempos. Então porque raio existimos? Eu não sei! Alguém é capaz de me dizer?! Não percebo porque raio andamos nos aqui feitos parvos a imitar comportamentos de outros!
Sou um ser mecânico! Ultimamente ando apático, Desinteressado do mundo, da vida, Tornei-me num ser mecânico, automático, Tudo o que faço é feito de forma sofrida, escola, casa, casa, escola
Será isto o resto da minha sina?

Quero liberdade…..

Bragança

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Estar melancolico é reflectir indirectamente e filosofar explicitamente (...)

O dom da filosofia obriga o filosofo a exprimir-se; sair da sua inocência, da sua ingenuidade e viver directamente com as realidades cientificas! Filosofar é a expressão da melancolia que nos obriga a reflectir. Todo o ser humano e filosofo; vive alheio a tudo. Suga a noite, mas sobretudo a vida. Apresenta-se como alguém boémio, um artista, por vezes um poeta; Mas poeta só é aquele que consegue ser suficientemente melancólico, consegue ser querido e frio para ter a dureza, a sensibilidade e a maturidade adequada para filosofar claramente. Não sou kant, não sou egoista como, por exemplo, James Rachels mas acho que sou suficientemente poeta para filosofar com mais força que a velocidade da luz nos corpos. Amo a filosofia. Amo a filosofia da vida. Gosto de exprimir-me quando estou alegre e ao mesmo tempo a viver em ambientes melancolicos. A melancolia não é tristeza! A tristeza é uma forma de melancolia mas a tristeza que sentimos nos piores momentos ficar-nos-á para sempre presente na memoria. Torna-se clemente. As coisas tristes não precisam de ser episódios que nos sangrem na alma. Estão por ali. Não conseguimos esquecer os piores momentos. Mas também não queremos. As coisas mais tristes acompanham-nos como um som fanhoso que atropela todas as tentativas de saborear um silêncio.
A vida tem prazer se for sofredora. Se assim for, saboreamos os bons momentos; Tão bons momentos como um diabético ousa saborear um chocolate!
Rita

"Holocausto" dos tempos perdidos

E pouco há para argumentar. E nem me falem em crashes insanos explicados por ignorância humana, pois o dinheiro não compra a razão, que desde há muito (e talvez sempre, e que se acumula nos montes de quase todos os pensamentos) tem vindo a ser perdida.
Simplicidade. É o que recebemos se abrirmos um jornal de páginas brancas e letras incolores, que mancham as imagens rasgadas pelo sensacionalismo. É o que recebemos pela televisão (na maioria) que simplifica a vida, condensa toda a complexidade e prefere então difundir censuras sobre o nada. E o Homem se torna pobre, doente: morto.
E o que é feito da arte? O que são quadros abstractos? E aqueles que cruzam momentos e partes? E o que é música se não modernos estilos que disparam letras que são transparentes defuntos: sem vida, sem sentido. E o cinema que nos leva a aventuras de insignificância…genuína, dizem alguns?! Eu diria transparentes. Literatura, textos corridos linearmente básicos, sem metáforas e pouco imaginativos. Histórias furadas pelo oco e iguais a tantas outras.
E o que é feito da razão? A razão que delimita níveis de pensamento que todos nós deveríamos ter. É a arte do apreciar: o quadro colorido da parede, a melodia perfeitamente enquadrada, o plano irrepreensível e o parágrafo sufocante.
O Holocausto da razão já começou, e não é novo, não é recente; mas enquanto isso, vou acreditando que amanhã o nevoeiro vai passar, e que o mundo irá acordar.
Motaz

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Em tempos...

Só em futuras perspectivas. São inumeras as coisas que neste momento tento levar a cabo, e acabam numa enorme frustação ou no esquecimento.

Sabem "When you're so lonely lying in bed Night's closed it's eyes but you can't rest your head"?

Era assim que estava no outro dia, onde me entretinha com pensamentos profundamente estúpidos, próprios de quem está tão cansado que não consegue formar reflexões coerentes. Dei por mim, nos meus pensamentos sem qualquer rumo, a pensar na ignorante felicidade que vivíamos que na nossa infância.

As nossas (raras) discussões resumiam-se a disputas de bonecos que acabavam como haviam iniciado: num ínfimo instante (quem não recorda a célebre frase: "queres ser meu amigo" que se deprima porque a infância não foi a mais feliz).

Pois agora tudo fica ressentido com frases mal interpretadas ou construídas, fruto de uma cabeça baralhada pela excessiva secreção de hormonas, ou até pela simples falta de humor, um gene recessivo mas infelizmente existente.

E lá estava eu, de ressaca do passado. Evidentemente, todos temos saudades de ser miúdos com ranho até aos joelhos, a berrar dia e noite, a Comer comida rançosa que nos convenciam fazer fortes como o popeye ou simplesmente ficar a dormir,comer e brincar, dormir e comer...ou então não. E chego enfim à minha brilhante conclusão: nós desejamos ter complexos, sair, estar com os amigos e implicar com os pais e irmãos, queixarmo-nos das aulas.

Afinal, o velho ditado o diz: Não voltes ao lugar onde foste feliz. Aquela inocência e felicidade não vai deixar de ser boa de recordar, mas agora que temos conhecimento deste novo modo de vida...

Quem sabe se esse velho sábio não estava a pensar no mesmo que eu...

Bragança